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Estamos vivenciando várias crises. Crise do coronavírus; crise econômica; crise política e tantas outras. Grande parte de todas as crises tem origem na crise de autoridade. De que autoridade estamos tratando. Autoridade que decorre, ou tem origem na pessoa ou entidade que tem esse direito de se fazer obedecer.
Do latim auctor?tas, a autoridade é o poder, a legitimidade ou a faculdade. Em geral, o termo refere-se às pessoas que governam ou que exercem um comando. Entretanto, não é só para quem exerce poder político. Autoridade legítima também têm os pais sobre os filhos; o síndico de um condomínio; o presidente de uma associação civil, um prefeito sobre seus munícipes, o governador e o presidente da república.
Ao lado dessa compreensão, temos o autoritarismo, que, diferente de autoridade, é uma forma de governo (lato sensu) que é caracterizada por obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição à liberdade individual, expectativa de obediência inquestionável de quem está sob a autoridade. Assim, se pode exercer a autoridade de forma autoritária, não permitindo transigência, diálogo, respeito a quem pensa diferente. E, ao contrário, se pode exercer a autoridade, sem que esta seja diminuída, pelo diálogo, pelo respeito, impondo sua autoridade pelo convencimento, de seus pares e, especialmente de seus adversários.
Essa qualidade não é toda a pessoa investida de autoridade que é possuidora. Parece que o nosso presidente não tem exercido a sua autoridade com essa qualidade. Primeiro, porque suas ordens têm sido dadas por decretos, sem diálogos, que contrariam a constituição e leis. Segundo, porque não tem tido a capacidade de convencimento de seus próprios filhos, que têm atrapalhado o seu governo. Em relação a seus ministros, não os convence para as boas condutas, por parte de alguns, e quando surge quem faça de forma convincente, coloca a autoridade do mandatário em cheque. Para resolver, faz ameaças para o uso da caneta até que essa ameaça se concretize.
Seu autoritarismo extrapola os limites de sua área de atuação, quando se volta contra chefes de outros poderes, a quem devia respeito, boa convivência e harmonia. Quando se convencerá que seu poder não é absoluto, indiscutível? Não é a única e absoluta autoridade e outras coexistem com a sua. Se não mudar sua forma de agir, abandonando de vez o autoritarismo, restará abandonado e com dificuldade de governar para o que é indispensável o diálogo e o exercício da autoridade com sabedoria.
Sozinho não governa, e a solidão no poder tem uma consequência de todos conhecida por experiências anteriores.